Um pouco da História do EAD no Brasil
As primeiras notícias de utilização da Educação a Distância (EAD) datam do século XVIII, com um curso por correspondência oferecido por uma instituição de Boston (EUA). A partir de então, é possível estabelecer uma cronologia da evolução da EAD no mundo.
A metodologia de Educação a Distância já existe no mundo há quase três séculos.
No Brasil, utilizada desde a década de 1920, segundo, Franco, Costa, Fávero, Gelatti e Locatelli (2006, p. 2). O que diferencia o Brasil de outros países é que, aqui, a Educação a Distância ficou por muito tempo restrita ao ensino no supletivo ou na formação profissional de nível básico. Por muito tempo vigorou uma falsa crença de que não se poderia fazer ensino regular a distância, que a qualidade era ruim, inviável pela tecnologia inacessível, etc.
Os primeiros cursos por correspondência contavam com o apoio do rádio e da televisão. Com o surgimento da tecnologia de informação e de comunicação, em meados de 1990, começaram a surgir os programas oficiais e formais de EaD, voltados para a formação continuada de professores da rede pública de ensino (Mugnol, 2009, p. 344), em seguida aplicados ao ensino superior.
No caso do Brasil, o EAD ganhou reconhecimento e credibilidade em 1996, com o estabelecimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que adotou os métodos educacionais EAD, buscando expandir o acesso ao ensino e facilitar a formação com aulas não presenciais.
O novo ensino digital
O fato é que vídeos longos, cansativos, textos intermináveis, inúmeras avalições sem contexto com a aplicabilidade, acúmulo de conteúdos e uma plataforma pouco intuitiva e atrativa fez com que o brasileiro elegesse a metodologia de EAD como um fracasso no aprendizado. Estavam de certa forma certos? Acredito que sim.
Por isso, o EAD teve que se modernizar trazendo plataformas mais modernas, de fácil utilização, estruturada e pensada para seu público (os alunos). Para isso, precisa-se de tempo para que o conteúdo possa ser elaborado, produzido, validado e disponibilizado com a garantia de promover o interesse e principalmente a aprendizagem.
É neste caminho de construção que se estabelecerão as possibilidades de estreitamento de relação entre docente, discente e conteúdos propostos. Os recursos vão muito além de plataforma digital obtida através de um aplicativo de celular ou do uso de vídeos gravados no YouTube. São investimentos de alto custo e pensado na melhor experiência do aluno. E todos estão preparados para isso? Vejamos a seguir o que aconteceu.
Uma das maiores lendas diz que, o ensino digital é barato e rápido.
A pandemia e o impacto no ensino digital
Não é possível improvisar no EAD e ter qualidade. Quando a pandemia surgiu uma verdadeira corrida a digitalização aconteceu em todos os seguimentos, inclusive na educação. Neste contexto, as instituições como: escolas, preparatórios, cursinhos, ensino técnico, institutos e cursos superiores foram forçados a criar um meio de ensino a distância.
A maioria não estava preparada para os métodos de ensino à distância e digital. Se aventuraram nas possibilidades de plataformas gratuitas e limitadas ou mesmo inadequadas, professores e corpo técnico pouco familiarizados com a tecnologia e alunos perdidos tentando ver o que dava para aproveitar de conteúdo.
O ensino digital não era para ser assim, mas ficou devido a condições escassas de investimentos e planejamento das instituições de ensino que foram abruptamente inseridas no modelo tecnológico que não dominavam e alunos analíticos que usavam tecnologia nas redes sociais diariamente, mas não sabiam como aproveitá-la no seu aprendizado diário e não estavam dispostos a pagar por isso.
Uma das maiores lendas é que o ensino digital é barato e rápido. Bastaria um computador, um celular, uma plataforma qualquer e pronto! A mágica aconteceria. Vídeos poderiam ser mostrados e as aulas seriam uma festa.
E uma cascata de descontentamento foi gerada!
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